10 de fev. de 2010

O mundo está ao contrário....

É. E ninguém me falou.

Tudo tão estranhos. Penso e quero parar de pensar. Penso e tenho a certeza que pensar impede as pessoas de viverem.

É muito sentimento. E tão intensos e tão confusos. Já não são os sentimentos de antes. Na verdade não sei quais são os sentimentos. Sei que são sentimentos, só isso!

Quero descansar. E acho que o carnaval vai ser providencial. Um boa cerveja, com boas pessoas no melhor lugar do Carnaval. Belo Horizonte. Lógico, melhor lugar pra quem odeia o carnaval.

Sei que minha cabeça não estará aqui. Na verdade vai estar aqui e a alguns quilômetros. Mas só dela estar um pouco aqui vai fazer algumas coisas se acalmarem.

A vida nos surpreende a cada minuto, mas desta vez quero surpreender minha vida. Dar um susto tão grande nela que algumas coisas vão mudar.

Realmente acho que tenho que deixar algumas coisas para trás. Algumas coisas boas. Algumas qualidades.

Depois disso vou me tornar mais vazio. Menos eu. Talvez seja isso que tenha que acontecer. Afinal, temos que nos adaptar aos novos tempos e ser menos nós mesmos. Para acabar sendo igual ao todo.

Então tá..... Vou ser igual ao todo.....

Escrevendo isso lembrei do Quintana e uma poesia que me descreve mais do que eu mesmo posso me descrever:

A Rua dos Cataventos
Quintana

Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!


* Nem lembro da primeira vez que me assassinaram.......

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