18 de dez. de 2006

Meus heróis morreram de overdose

Tudo começou nos primórdios da humanidade. Na falta justificativa para explicar o mundo e seus fenômenos criam-se deuses cada um com sua função bem definida e com sentimentos humanos como ódio, inveja, amor e vaidade. Nasce assim a Mitologia Grega, extremamente oral e lúdica, mas que atendia as dúvidas do momento. A Odisseia, de Homero, representava o que hoje representa a Bíblia representa para os cristãos.
Juntamente com isso nasce no que hoje representa a Índia, o hinduísmo com alguns ídolos e apegado a purificação e impessoalidade de "Deus". Das propostas de hinduísmo e através do jovem príncipe Sidarta, que depois de atingir o nirvana foi elevado a Buda, nasce o budismo com mais um ícone.Em Roma temos a Mitologia Romana que é tão rica quanto a Grega.
O judaísmo surge com mais alguns ídolos e é extremamente baseado na mitologia grega. Com o propósito de renovação do judaísmo surge o cristianismo calcado na figura de Jesus. Começa com o catolicismo e que se divide entre diversos dogmas, criando assim mais uma infinidade de ídolos ou ídolos.Além dessas que citei temos também a Mitologia Nórdica, as Mitologias indígenas, Mitologia egípcia e mais um monte de construtores de ídolos.
A medida que o mundo e seus fenômenos foram (e são) explicados pela ciência esses e ídolos perde seu real significado para grande parte da humanidade. Com isso surge uma nova demanda: a criação de novos ídolos para atender as "almas" flageladas e vazias. Os novos ídolos representam a forma como gostaríamos de ser: ousados.Através de movimentos artísticos nascem esses novos ídolos, que representam ou como disse Jonh Lennon mais conhecidos que Jesus Cristo. A mídia ajuda produzir novos deuses. Ele está nas paradas de sucesso, no filme que vai estrear, na novela das oito ou no jornaleco ou revistinha neo-liberal ou esquerdista do momento. São pessoas que ousam ou que tem a "coragem" de falar algumas coisas. Tanto nos ídolos artistas como os novos ídolos jornalísticos vejo algumas restrições.
Contra os jornalistas é um absurdo que pessoas cultuem seres nefastos que denigrem a ética. Um bom exemplo é o adorado do momento Diogo Mainardi tomando uma postura quase que Macartista, tendo como modelo outro jornalista tão grotesco (ou mais) quanto ele, Paulo Francis. Preconceito e ignorância é o que pauta e pautava os dois.
Quanto a arte podemos dizer que as pessoas tem a tendência de adorar, no sentido divino mesmo, aqueles que ousam e procuram uma liberdade de pensamento. O único problema disso é pensar onde estão os valores éticos desses artistas? Vou cultuar um cantor de hip-hop que fala que as mulheres são vagabundas e que é um cafetão, vou cultuar o funkeiro que parte pelo mesmo princípio, ou camarada que prega a violência, guerra, armas e drogas; ou quem sabe padres e pastores pop-stars que tentam trazer de volta as ovelhas desgarradas direcionando de forma diferente morais pré-existentes?
Claro não estou generalizando, tem alguns artistas que ligam sua imagem a coisas benéficas.
Mas que a maioria dos nossos heróis estão morrendo de overdose, isso estão.
Particularmente no Brasil é foda viver com ídolos corrompidos que fazem brotar o jeitinho brasileiro de se dar bem em tudo. Lembrar que a "Lei de Gerson" é lembrada até hoje me dá náuseas. Não defendo que as pessoas tenham que se voltar ao pensamento religioso que é puramente moral e atende a necessidade de cada religião, mas penso que devemos levar nosso pensamento além e nos postar de forma ética que representa um bem-estar geral, relativo a toda a humanidade.

Livro:
Ilíada e A Odisseia - Homero

Filme:
Boa noite, boa sorte

Música:
Cazuza – Ideologia

Um comentário:

Anônimo disse...

A evolução retrata da relevancia dos destaques em cada tempo...
Eram vistos como deuses, nas idades antiga e média. Mitologias, sinônimo de respeito, adoração e culto. De deuses passam a influência das religiões - a fé é imposta! Das ideologias sagradas, evoluímos aos reis! Os predestinados, escolhidos a dedo pelo Deus supremo do mundo.
O reinado é trocado pelo capital... O dinheiro passa a decidir até mesmo quem vive e quem morre. Do capital, passam a mídia e com ela os formadores de opinião!
São momentos históricos diferentes, que retratam as concepções de PODER avaliado/ validado pelas pessoas.
De DEUSES passamos a formadores de opinião... No mínimo um desrespeito mto grande.
Não quero prever nada... Mas no caminho que estamos, imagina só o que vem por aí!!!